Estou ciente de que os dados fornecidos são exclusivamente para cadastro mencionado no formulário. Após finalização, os dados serão armazenados pela Deltec Contabilidade de forma segura, apenas com a finalidade de manter histórico de atividades realizadas e sem hipótese de transmissão a terceiros, conforme Lei nº. 13.709/2018 - Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD)
Para mais informações, você pode visitar nossa Política de Privacidade.
HÁ MAIS DE 40 ANOS NO MERCADO




Governo estuda aumentar preço de bebidas alcoólicas e cigarros


O governo federal estuda elevar novamente os preços de produtos como cigarro e bebidas alcoólicas por meio de um novo imposto seletivo previsto na regulamentação da Reforma Tributária.

A proposta é impulsionada por recomendação do CNS ( Conselho Nacional de Saúde), que defende a adoção de alíquotas suficientemente altas para desestimular o consumo desses produtos.

O debate ocorre mesmo após a edição de um decreto feito pelo Palácio do Planalto em 2024, que já aumentou a tributação sobre cigarros.

Publicadas no Diário Oficial da União em 1º de agosto, as novas regras estabelecem a elevação da alíquota específica do IPI ( Imposto sobre Produtos Industrializados) incidente sobre cigarros e do preço mínimo de venda do produto no varejo.

As correções, que não ocorriam desde 2016, entram em vigor a partir de setembro e novembro do ano passado.

A alíquota específica passou de R$ 1,50 para R$ 2,25 por vintena (20 unidades). Já o preço mínimo de venda ao consumidor subiu de R$ 5,00 para R$ 6,50 por maço ou box com 20 cigarros.

Elevação é defendida por especialistas
Segundo Marcela Roiz Martini, chefe substituta da Divisão de Controle do Tabagismo e Outros Fatores de Risco da Coordenação de Prevenção e Vigilância do Instituto Nacional de Câncer (INCA), a política de preços é uma das estratégias mais eficazes para reduzir a iniciação do consumo entre jovens.

Ela aponta que o custo social do tabagismo ultrapassa a arrecadação gerada pela indústria do setor.

A Receita Federal informou que, caso os valores da alíquota específica e do preço mínimo tivessem sido atualizados pela inflação acumulada medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), os valores hoje estariam em R$ 3,45 e R$ 11,88, respectivamente.

Com o realinhamento parcial adotado no decreto, estima-se que a arrecadação federal aumentasse em R$ 299,54 milhões ainda em 2024, R$ 3,017 bilhões em 2025 e R$ 3,051 bilhões em 2026.

Novos aumentos
Paralelamente à medida já oficializada, o Conselho Nacional de Saúde pressiona o Executivo e o Congresso Nacional a adotarem um novo patamar de tributação com a criação do imposto seletivo previsto na Reforma Tributária aprovada em 2023.

A recomendação, aprovada pelo colegiado em maio deste ano, solicita que o novo tributo tenha alíquotas elevadas sobre cigarros, bebidas alcoólicas e bebidas açucaradas, com o objetivo de encarecer esses produtos e reduzir seu consumo.

O documento também propõe que o imposto seja cobrado por um modelo híbrido, combinando uma taxa fixa por unidade (ad rem) com uma taxa proporcional ao valor do produto (ad valorem).

O objetivo é evitar que o consumidor migre para marcas mais baratas, preservando o efeito de desestímulo. A recomendação também defende que não haja isenção ou redução de alíquotas para pequenos produtores de bebidas alcoólicas.

Problemas de saúde
De acordo com o CNS, o tabagismo, o consumo de álcool e de ultraprocessados respondem por 75% das mortes evitáveis no Brasil.

O álcool, isoladamente, é apontado como causa de 105 mil mortes por ano. Em 2019, o consumo de alimentos ultraprocessados foi responsável por 57 mil mortes prematuras no país.

Para embasar tecnicamente a regulamentação do imposto seletivo, o governo pode realizar dois estudos. O primeiro, de impacto econômico e social, visa projetar os efeitos da tributação sobre o consumo, a arrecadação e os gastos com saúde.

O segundo, de avaliação de modelos de tributação, pretende comparar os efeitos das diferentes formas de cobrança para definir o modelo mais eficaz para cada categoria de produto.

Embora o decreto publicado em agosto represente um movimento concreto do governo para aumentar o preço dos cigarros, a recomendação do CNS amplia a discussão ao incluir outros produtos e ao propor novas formas de tributação.

 

Fonte: IG